Entidade investigada pela PF em fraude do INSS banca despesas de frente parlamentar
Investigações revelam que a Conafer financiava despesas da Frente Parlamentar em Defesa do Empreendedorismo Rural, enquanto a entidade nega envolvimento financeiro. O deputado Fausto Pinato, presidente da frente, afirmou que o apoio é justificado pelo interesse em fortalecer a agricultura familiar.
Conafer, a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares, está sendo investigada pela Polícia Federal por supostas irregularidades relacionadas a descontos do INSS.
A entidade bancava despesas da Frente Parlamentar em Defesa do Empreendedorismo Rural, incluindo o aluguel de sua sede, uma mansão no Lago Sul, e custos com eventos, como o café da manhã durante o lançamento da frente em abril de 2024.
A frente, presidida pelo deputado Fausto Pinato (PP-SP), recebeu menções do ex-ministro da Previdência Onyx Lorenzoni que geraram implicações legais, levando o Supremo Tribunal Federal a investigar o caso.
A Conafer alega que "não paga despesas" da frente e não fará mais comentários após questionamentos sobre os documentos que a ligam à sede do grupo.
Pinato defendeu que as frentes parlamentares "não têm personalidade jurídica" e que é "normal" custear cafés da manhã. No entanto, negou em ocasiões anteriores que a Conafer tivesse contribuído financeiramente.
A Frente tem o apoio de 212 parlamentares e Carlos Lopes, presidente da Conafer, foi o único agente privado a participar do evento de lançamento.
A Conafer é a segunda entidade com mais descontos do INSS, acumulando R$ 484 milhões de 2019 a 2024. As entidades investigadas afirmam apoiar a fiscalização das irregularidades.
A AAB, controlada pela Conafer, não está sob investigação e já recolheu R$ 28 milhões em descontos recentemente.
Pinato foi citado em inquérito do STF, mas nega relação com fraudes, atribuindo a menção à sua ligação com uma empresa envolvida. Sua declaração diz que alugou uma sala sem conhecer o inquilino anterior.
A decisão de Toffoli também menciona que testemunhas alegaram a atuação de parlamentares nas irregularidades desde 2024.