Entregar a Crimeia para a Rússia significa apagar a identidade do meu povo, diz deputada ucraniana
Ativista tártara da Crimeia expressa preocupação com a possibilidade de ceder a península à Rússia, destacando a importância de preservar a identidade do seu povo. Ela critica declarações que sugerem reconhecer a anexação ilegal e enfatiza a necessidade de manter a luta pela reintegração da Crimeia.
Tamila Tasheva, ativista de direitos humanos, foi nomeada Representante Permanente do Presidente da Ucrânia na Crimeia após a invasão russa em 2022. Sua função era planejar a reintegração da península, anexada ilegalmente pela Rússia em 2014. Ela expressou preocupação diante de declarações do presidente dos EUA sugerindo que a Ucrânia entregasse a Crimeia aos russos.
Tasheva deixou o cargo em dezembro de 2024 e agora faz parte do Parlamento ucraniano pelo partido Holos. Ela é uma tártara da Crimeia, nascida no Uzbequistão após a deportação de seu povo. Tasheva teme que a ocupação russa apague a identidade tártara da região.
Durante seu mandato, ela trabalhou em diversas áreas, incluindo:
- Apoio a famílias de prisioneiros políticos;
- Promoção de serviços para os habitantes da Crimeia;
- Monitoração de violações dos direitos humanos.
Tasheva ressaltou que, antes de 2022, cerca de 2,5 milhões de pessoas cruzavam anualmente a linha administrativa entre a Crimeia e o continente ucraniano. Com a invasão, a comunicação e a movimentação se tornaram extremamente difíceis.
Ela enfatizou que a questão da Crimeia não é apenas territorial, mas envolve pessoas e sua identidade. Para os tártaros da Crimeia, o controle permanente da Rússia significaria a destruição total de sua cultura.
A ativista também destacou a importância do apoio internacional. Embora a declaração de 2018 dos EUA tenha reafirmado que a Crimeia não é parte da Rússia, a atual postura americana está em mudança.
Tasheva mencionou que, mesmo em um contexto de guerra, a unidade entre os parlamentares ucranianos é forte em apoio à legislação que busca a vitória contra a Rússia.
Ela finalizou reforçando a importância de se ouvir a voz dos tártaros da Crimeia, reconhecidos como povo autóctone pela legislação ucraniana e internacional.