Entrevistas coletivas com influenciadores na Casa Branca cairiam melhor na Coreia do Norte
Casa Branca realiza entrevistas coletivas com influenciadores em vez de jornalistas tradicionais, buscando promover uma narrativa favorável ao governo. A estratégia é vista como uma tentativa de contornar a mídia estabelecida, que enfrenta críticas por falta de representação e objetividade.
Ativista Kambree Nelson, em entrevista coletiva na Casa Branca, fez uma pergunta inusitada à secretária de imprensa Karoline Leavitt, pedindo conselhos sobre como propagar mensagens políticas.
Nelson, com 600 mil seguidores no X, não é jornalista, mas uma influenciadora e embaixadora do America First Policy Institute. A coletiva foi descrita como uma entrevista coletiva da "Nova Mídia", realizada em três dias consecutivos.
Leavitt incentivou Nelson, afirmando que o presidente realiza “coisas fenomenais” que não são cobertas pela mídia tradicional, e que eles buscam “vozes independentes” para divulgar essas verdades.
Essa não é a primeira vez que a Casa Branca desafia a mídia tradicional, reduzindo seu acesso e promovendo um site de notícias que exalta o presidente.
Um estudo de 2022 da Universidade de Syracuse revelou que apenas 3,4% dos jornalistas americanos se identificam como republicanos, e muitos críticos argumentam que a mídia estabelecida erra em sua cobertura.
As novas "entrevistas coletivas” da Casa Branca não incluem personalidades ou veículos de esquerda, optando por influenciadores alinhados ao governo. Essa prática, segundo críticos, desrespeita jornalistas sérios e é perigosa para a democracia.
Em um momento em que o governo deveria incentivar a diversidade de perspectivas, essas ações foram vistas como uma péssima aparência para a imagem pública do presidente.