Episódio do IOF revela que presidencialismo ruiu, diz Edinho Silva
Edinho Silva critica a desestruturação do presidencialismo e defende uma reforma política para reequilibrar os Poderes. Ele afirma que a atual crise governamental reflete um problema estrutural que vem se arrastando no Brasil.
Candidato à presidência do PT, Edinho Silva (60 anos) atribui a derrota do governo Lula na revogação do aumento do IOF a um desarranjo institucional entre os Três Poderes.
Em entrevista ao Poder360, Edinho afirma que o Brasil não vive mais o presidencialismo clássico, mas sim um modelo de “parlamentarismo híbrido”. Ele critica como o Congresso assume funções típicas do presidente da República, o que prejudica a governabilidade.
Edinho defende uma reforma política e eleitoral para restaurar as bases do presidencialismo e equilibrar o papel dos poderes. A afirmação de que um influencer pode ser mais relevante que um partido é citada como nociva à democracia.
O ex-prefeito de Araraquara observa que a recente votação que revogou o aumento do IOF demonstra um problema estrutural existente há tempos. Ele critica a visão de que Lula foi o principal derrotado, destacando a seriedade da situação.
A revogação foi aprovada na Câmara com 383 votos a favor e apenas 98 contrários, dos quais 242 são de partidos atualmente no governo.
Edinho argumenta que a lógica de coalizão no presidencialismo não existe mais e que o Judiciário tem sido acionado para mediar conflitos entre o Legislativo e o Executivo.
Em relação à possível intervenção do STF para reverter a decisão do Congresso, Edinho sugere que a solução deve ser política e não judicial. Ele também afirma que é vital um debate amplo sobre o futuro do Brasil e os caminhos que o estado deve seguir.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que são consideradas três opções após a revogação: recorrer ao STF, buscar novas receitas ou cortar gastos.
Edinho destaca a necessidade de revisar as despesas e combater fraudes nos programas sociais. Ele afirma que o Brasil e outras democracias representam uma fragilização das instituições.
Para Edinho, somente Lula possui a liderança necessária para organizar uma solução para os problemas atuais. Ele prevê que Lula buscará a reeleição em 2026 e que sua vitória é crucial para a continuidade da democracia.
Edinho Silva, membro do PT desde 1985, é visto como favorito na disputa pela presidência do partido, marcada para 6 de julho, contando com o apoio implícito de Lula. Se eleito, sua missão será ajudar na campanha de reeleição de Lula e moldar as estratégias do PT.
Edinho rejeita críticas sobre um suposto reposicionamento do PT ao centro, reforçando seu compromisso com as bandeiras do partido e seu histórico de diálogo com movimentos sociais e o setor empresarial.