Equipe de Haddad procurou Tesouro americano e foi informado que tarifaço está com a Casa Branca
O governo brasileiro busca alternativas para contornar a ameaça de sobretaxa dos EUA, enquanto canais de negociação permanecem fechados. Ministros temem que a falta de resposta americana dificultará estratégias para evitar a aplicação das tarifas a partir de agosto.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contatou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, devido à ameaça de sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.
Resposta: o caso está sob a gestão da Casa Branca, e os canais formais de negociação permanecem fechados.
Haddad comunicou a situação a membros do governo Lula após sua abordagem na segunda-feira (21). Na semana anterior, Geraldo Alckmin, vice-presidente, falou com o secretário Howard Lutnick, recebendo feedback semelhante.
Os EUA indicaram que as conversas só poderão ocorrer com a autorização de Donald Trump. O governo brasileiro teme que uma resposta não chegue a tempo de evitar a sobretaxa, que se inicia em 1º de agosto.
Enquanto isso, tentativas de contatos extraoficiais com autoridades americanas estão em andamento, dado o bloqueio das comunicações oficiais.
O Brasil admite negociar questões comerciais, incluindo etanol, mas reafirma que a sua soberania não está em discussão.
O governo descarta qualquer interferência no julgamento de Jair Bolsonaro após os atos golpistas de janeiro de 2023, respeitando a independência judicial.
Autoridades americanas expressam receio de desautorizações por Trump. Alckmin, por sua vez, busca mobilizar o empresariado afetado para ajudar na solução.
Aliados de Lula temem que Trump use o caso como exemplo para intimidar outros países. Eles relatam que o governo americano ignora correspondências desde 16 de maio.
Ministros se reuniram na terça-feira (22) para discutir ações frente à proximidade da aplicação das sobretaxas.
O governo brasileiro manterá sua posição em busca de diálogo diplomático e acredita que as vozes do setor produtivo podem influenciar os EUA para negociação, dada a preocupação de impactos econômicos.
Além disso, existem relatos de reações de setores americanos, como a distribuidora de suco de laranja, que acionou a Justiça contra as tarifas.
Embora não haja garantia de adiamento da sobretaxa, há uma avaliação constante das possibilidades, com a expectativa de que o timing do tarifaço possa ser flexível.
Rumores sobre novas sanções de Trump e a possível proibição de entrada de ministros do STF nos EUA podem contaminar o cenário de negociações.