Escondido na floresta, Evo Morales comanda campanha fantasma antes das eleições
Evo Morales enfrenta um cenário complicado e controverso após anos à frente da presidência, agora vivendo sob proteção em um refúgio isolado. Impossibilitado de concorrer novamente, ele tenta influenciar as eleições bolivianas mesmo sob grave acusação de crimes.
Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, reside atualmente em Lauca Eñe, após sua saída temporária do país há quatro anos. Ele enfrenta um mandado de prisão por acusações sérias, incluindo tráfico humano.
Morales, o primeiro presidente indígena da Bolívia, governou de 2006 a 2019 e transformou o cenário político com foco em programas sociais. Sua tentativa de um quarto mandato levou a tumultos e sua saída do poder. Embora esteja impedido de concorrer pela Justiça, ele mantém uma campanha informal e pede a seus apoiadores que anulem o voto como protesto.
O atual presidente Luis Arce, antes aliado de Morales, e o presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, estão entre os candidatos nas próximas eleições. Arce, que não busca reeleição, acusa Morales de tentar minar o partido.“Se ele não é candidato, ninguém mais pode ser”, desafiou Arce.
Morales se defende afirmando que sua presença é fundamental para a liderança do MAS e promove seus ideais em um programa de rádio semanal em seu refúgio. Apesar de perder apoio ao longo do tempo, ele ainda é visto como um líder respeitado por muitos, principalmente entre os campos rurais.
A sua primeira vitória, em 2005, representou um marco para os grupos marginalizados da sociedade. No entanto, sua busca pelo quarto mandato foi marcada por acusações de fraude eleitoral que resultaram em crise e repressão. Atualmente, a situação econômica do país tem exacerbado conflitos, enquanto a ex-base de apoio de Morales se fragmenta.
Morales continua a lutar por uma reconfiguração de sua influência na política boliviana, afirmando que sem ele, o MAS não teria a mesma força.