Esforço de Haddad é enorme, mas problema fiscal continua, diz Mansueto
Economistas analisam os desafios fiscais do Brasil e a necessidade urgente de um ajuste fiscal efetivo. Debate destaca a importância de um plano sustentável para estabilizar a dívida e melhorar a infraestrutura econômica.
Preocupações fiscais em destaque no evento Rumos 2025, realizado em São Paulo, onde economistas discutem as dificuldades fiscais do Brasil.
O economista Mansueto Almeida, do BTG Pactual, afirma que o país enfrenta um baita problema fiscal e que a recuperação do grau de investimento é praticamente inviável sem a estabilização do endividamento.
A dívida atual está em 76,5% do PIB e deve alcançar 83% até o fim do mandato. Apesar do déficit primário projetado em 0,4% do PIB para 2024, a pressão nos juros é uma notícia ruim.
Almeida defendeu um ajuste fiscal duro para permitir um superávit primário de 3% do PIB ou mais, citando experiências anteriores quando a inflação e os juros caíram apesar dos déficits primários elevados.
O economista destacou que a maioria das despesas da União são obrigatórias, limitando o espaço para investimentos, que devem ficar entre US$ 70 bilhões e US$ 80 bilhões em 2025.
A carga tributária no Brasil é de 34%, acima da média da América Latina (22%), e a proposta do governo para aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, visaria equilibrar a tributação dos mais ricos, mas tem custos políticos, segundo Mansueto.