Esforço de Haddad é enorme, mas problema fiscal continua, diz Mansueto
Economistas discutem os desafios fiscais do Brasil durante o evento Rumos 2025. Mansueto Almeida ressalta a necessidade urgente de um ajuste fiscal para estabilizar a dívida e recuperar o grau de investimento.
Economistas discutem crise fiscal no Rumos 2025, em São Paulo
O evento Rumos 2025, organizado pelo Valor, trouxe à tona as preocupações fiscais do Brasil. O economista Mansueto Almeida, do BTG Pactual, destacou que o país enfrenta um “baita problema fiscal”, mesmo com os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo ele, a recuperação do grau de investimento está praticamente impossível sem um controle do endividamento. A relação dívida/PIB é de 76,5% e deve atingir 83% até o fim do atual mandato.
Embora o déficit primário tenha melhorado para 0,4% do PIB em 2024, a elevação nas taxas de juros preocupa e pressiona a dívida. Mansueto afirmou que um ajuste fiscal rigoroso traria benefícios imediatos, e propôs um superávit primário de 3% do PIB.
Ele comparou a situação atual com o governo de Michel Temer, onde déficits primários elevados resultaram em queda significativa da inflação e de juros devido a um plano fiscal crível.
Sobre a tentativa do governo de tributar os mais ricos e aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda, Mansueto avaliou como uma boa iniciativa, mas alertou que essa mudança política tem seus custos. Ele considerou essa isenção uma decisão política e não necessariamente a melhor escolha.