Espero que entendam a gravidade dessa sentença, diz Léo Lins
Léo Lins se pronuncia após condenação de 8 anos e 3 meses por crimes de discriminação e discurso de ódio. Comediante critica a sentença e defende a liberdade de expressão no humor.
Léo Lins, comediante de 42 anos, foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão pela Justiça Federal, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de discriminação e discurso de ódio.
A sentença também estipulou o pagamento de 1.170 salários mínimos em multa e R$ 303,6 mil por danos morais coletivos.
No vídeo publicado em seu canal no YouTube, Lins expressou preocupação com a condenação: “Eu espero que os humoristas e que a classe artística entendam a gravidade de uma sentença como essa.”
A condenação foi motivada pelo vídeo de stand-up “Perturbador”, de 2022, que acumulou mais de 3 milhões de visualizações antes de ser suspenso judicialmente.
O MPF alegou que o show continha declarações ofensivas a vários grupos sociais, incluindo negros, idosos, obesos, homossexuais e outros.
Lins reconheceu que piadas podem influenciar comportamentos, mas argumentou que não se deve responsabilizar o comediante por ações de terceiros. Ele criticou a ideia de limitar a liberdade de expressão humorística.
O comediante ressaltou que concordar com a sentença é “assinar um atestado de que somos adultos infantilóides”, indicando preocupação com a necessidade de regulamentação sobre o que se pode rir e pensar.
Ele também mencionou que a maior parte da pena se deve à disponibilização do vídeo na internet, questionando essa lógica e comparando com a possibilidade de processar atores de filmes por atentado ao pudor.
Ao final, Lins citou o filósofo Simon Critchley e enfatizou que humoristas interpretam personagens, utilizando figuras de linguagem, o que inviabiliza uma análise literal do discurso humorístico.
Ele agradeceu o apoio de fãs e colegas de profissão, conclamando: “se rir virou crime, o silêncio virou regra”.