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Estados 'bolsonaristas' serão os mais afetados por tarifas de Trump, mesmo com isenções

Tarifa de 50% dos EUA poderá afetar estados que apoiaram Bolsonaro, gerando impactos econômicos significativos. Exceções na taxação aliviam alguns setores, mas desafios persistem para a competitividade brasileira no mercado internacional.

Tarifaço de 50% anunciado pelo presidente americano Donald Trump sobre produtos brasileiros, oficializado em 30/07, pode impactar estados que mais apoiaram Jair Bolsonaro na última eleição.

O valor real do impacto ainda não foi calculado, mas nem todas as exportações serão afetadas. O decreto estipula exceções para produtos como petróleo, suco de laranja e aviões.

O decreto inclui 694 produtos isentos: minerais, combustíveis, metais, fertilizantes e papel, por exemplo. Sete estados brasileiros concentram mais de 80% das exportações para os EUA: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Produtos como carne, frutas e café, importantes nas exportações, não estão isentos. Contudo, o secretário de Comércio dos EUA abriu possibilidade de tarifa zero para produtos agrícolas não cultivados nos EUA.

As novas tarifas entrarão em vigor em 6 de agosto. Em 2022, o Brasil exportou cerca de US$ 40 bilhões para os EUA, com destaque para combustíveis, café e carnes.

Trump justificou a taxação com o tratamento dado a Bolsonaro pela Justiça brasileira. O ex-presidente sugeriu que a anistia poderia resolver a questão das tarifas.

Segundo a Amcham Brasil, as exceções cobrem 43,4% das exportações brasileiras, mas ainda há um impacto significativo sobre setores essenciais.

Especialistas afirmam que o tarifaço pode prejudicar a imagem do bolsonarismo, mas abrir um espaço para novos candidatos à direita se desvincularem de Bolsonaro.

Eduardo Bolsonaro defendeu a medida como uma resposta legítima dos EUA e criticou a postura política do governo brasileiro.

A Câmara Americana de Comércio destaca a importância da competitividade das empresas brasileiras diante das novas tarifas.

Governadores de estados afetados têm criticado Lula por falta de diálogo com os EUA, buscando defender interesses econômicos sem alienar a base bolsonarista.

A discussão nas redes sociais reflete um debate interno onde a direita se divide entre as críticas ao governo americano e a defesa de Bolsonaro.

Pesquisas recentes mostram que a maioria da população não confia em Trump para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro, o que pode afetar suas pretensões eleitorais em 2026.

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