HOME FEEDBACK

Estagnação na mobilidade social acirra sentimento antipolítica no país

A insatisfação com a mobilidade social e a frustração da geração dos anos 80 estão moldando uma visão negativa sobre a política no Brasil. Especialistas alertam para o crescimento de sentimentos antipolítica e a ascensão de discursos de extrema direita em tempos de incerteza.

A dificuldade de ascensão social no Brasil tem gerado frustração entre a população, especialmente na geração nascida na década de 1980, segundo o Atlas de Mobilidade Social.

A insatisfação com a política pode abrir espaço para discursos que prometem rápidas soluções para a prosperidade financeira.

O professor Carlos Melo, do Insper, destaca que as transformações tecnológicas, como a inteligência artificial, têm gerado volatilidade e diminuído as esperanças das novas gerações. Ele cita o conceito de “Retrotopia” do sociólogo Zygmunt Bauman, que indica que a utopia está no passado.

Melo afirma que a política exige tempo e debate, o que contrasta com a expectativa por respostas rápidas.

A Camila Rocha, do Centro para Imaginação Crítica no Cebrap, observa a estagnação e frustração levando a um sentimento “antipolítica”. Apesar da divisão no país, há uma maior mobilização na extrema-direita, que parece oferecer mais promessas de mudança.

A percepção de estagnação está ligada à busca por novas formas de renda e discurso das direitas.

Melo também menciona o livro de Sérgio Abranches, “A Era do Imprevisto”, que discute a transformação atual que pode levar ao surgimento de autocracias, o que representa um risco para o Brasil.

Leia mais em o-globo