Estatuto do Aprendiz entra na pauta de votação da Câmara após seis anos; veja o que pode mudar
Projeto de lei visa modernizar a Lei da Aprendizagem e aumentar o número de jovens no mercado de trabalho. Medida enfrenta resistência de entidades que temem pela precarização da formação profissional.
A Câmara dos Deputados pautou para esta quarta-feira (13) a votação do projeto de lei 6.461/2019, que cria o Estatuto do Aprendiz.
Se aprovado, o estatuto reformula a Lei da Aprendizagem, em vigor há 25 anos, e abrange:
- Ampliação da definição de aprendiz;
- Prazo de contrato pode ser estendido além dos atuais dois anos;
- Regulamentação de cotas de contratação para empresas;
- Multas por descumprimento;
- Criação de fundo específico para a área;
- Permissão para EAD (Ensino a Distância) na formação.
O objetivo é aumentar o número de aprendizes no país de 600 mil para 1,1 milhão.
Contudo, a proposta enfrenta resistência de setores educacionais e confederações empresariais, que temem:
- Cotas obrigatórias;
- Multas elevadas;
- Criação de fundo denominada Ceap.
O estatuto define como aprendiz jovens entre 14 e 24 anos, com contrato de até dois anos, podendo ser estendido para três para quem está em curso técnico. Pessoas com deficiência podem ter contrato sem limite, mas com tempo determinado.
A partir de dez funcionários, as empresas terão cotas de 4% a 15% de aprendizes, com multa de R$ 1.500 a R$ 3.000 por aprendizagem não contratada.
O novo estatuto ainda permitirá formação a distância, com quatro dias de trabalho e um de teoria em instituições como o CIEE.
A relatora, deputada Flávia Morais, acredita que o estatuto pode impactar positivamente o acesso de jovens ao mercado de trabalho, considerando a alta taxa de nem-nem no país.
Entidades contrárias alertam que a proposta pode desvirtuar a aprendizagem, comprometendo sua qualidade e aumentando os custos para empresas.