Estopim da crise, ‘jabuti’ na conta de luz partiu do próprio Congresso
Governo enfrenta críticas e pressão do Congresso após derrota na votação do aumento do IOF. O foco na conta de luz e a insatisfação entre parlamentares complicam o cenário político para Lula e sua equipe.
O Congresso derruba aumento do IOF em um prazo recorde, tendo como pano de fundo a tensão entre o Executivo e o Legislativo sobre o aumento da conta de luz.
O governo Lula esperava um período de trégua durante as festas de São João, mas a disputa acirrou
Crise originada por "jabutis" inseridos em uma proposta sobre eólicas offshore e a demora na liberação de emendas parlamentares. Itens que afetam a conta de luz há anos foram reintegrados, resultando em R$ 35,06 bilhões a mais por ano na conta.
A Abrace, representação de grandes consumidores, estima um impacto total de R$ 197 bilhões até 2050.
Com as eleições de 2026 a caminho, o governo busca mitigar o impacto financeiro, propondo uma medida provisória que pode reduzir o custo para R$ 11 bilhões anuais.
Ressentimentos surgiram entre os parlamentares. Aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta, citam 7 senadores e 63 deputados do PT que votaram pela derrubada de um veto de Lula.
O descontentamento se expandiu para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, resultando na derrubada do IOF em um único dia.
Partidos com ministérios no governo somaram 63% dos votos favoráveis à derrubada, com apoio quase unânime de União Brasil, PP, MDB e PDT.
Estratégia do governo busca mudar o foco da crise e promover uma imagem positiva através da taxação dos ricos e reformas no funcionalismo público.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatiza a defesa da “justiça tributária”, mas sua declaração sobre os impactos foi mal recebida, intensificando tensões entre o Legislativo e Executivo.
Sugestões internas apontam para menos alianças com o centrão e uma imagem de “contra pobres” a ser atribuída ao Congresso nas próximas narrativas.