“Estrago não foi todo desfeito”: o que esperar do mercado após passo atrás de Trump?
Estratégista do UBS alerta para os efeitos contínuos das tarifas comerciais na economia dos EUA, indicando que o impacto no crescimento ainda não está refletido nos lucros previstos. Enquanto isso, a América Latina pode se beneficiar da situação, com o Brasil se mostrando relativamente protegido.
Bhanu Baweja, estrategista do UBS, comenta a recente decisão de Donald Trump de pausar tarifas comerciais, destacando que o governo não é tão imune às dores do mercado.
Apesar da medida, Baweja acredita que o estrago não foi desfeito e que os EUA não estão em um conflito comercial generalizado. A volatilidade deve diminuir, aumentando a presença de compradores.
Os fluxos de ETFs para o S&P500 permanecem e devem ser potencialmente ampliados, ajudando o mercado no curto prazo. Contudo, ele alerta que o impacto no crescimento ainda não está precificado.
A expectativa prévia era de um crescimento de lucros de 11,2% para o S&P500 em 2025. Baweja considera que uma contração de 5% pode ser mais realista, dada a situação atual.
O estrategista observa que a combinação de tarifas pode resultar em impactos significativos no PIB e na demanda doméstica, forçando a revisão das expectativas de crescimento dos lucros.
A equipe do Federal Reserve (Fed) pode não conseguir responder rapidamente à fraqueza no crescimento. A ata da reunião de março indica preocupação com a inflação provocada por tarifas.
Ele alerta que o adiamento das tarifas não garante que não haverá novos aumentos, e recomenda vender os ralis até que mais informações estejam disponíveis.
A equipe do Bradesco BBI destaca que a América Latina está relativamente protegida das turbulências comerciais, com mercados de câmbio e ações descontados.
O Brasil, com forte economia fechada, terá impacto limitado, enquanto a Argentina se destaca com o índice Merval liderando os ganhos na região.
O cenário atual reforça a necessidade de vigilância e estratégia cuidadosa no mercado financeiro global.