Estudantes internacionais limpam suas redes sociais por medo de perder visto para os EUA
Estudantes internacionais têm adotado medidas drásticas para evitar repercussões políticas em suas redes sociais, temendo que qualquer conteúdo possa comprometer suas solicitações de visto. As novas diretrizes do Departamento de Estado dos EUA acentuam a vigilância sobre a presença online desses candidatos, gerando preocupações sobre liberdade de expressão e autoimagem.
Alunos internacionais que desejam estudar nos EUA estão se livrando de conteúdo político online, temendo que qualquer ação possa prejudicar suas chances de conseguir um visto.
Candidatos relatam que a “limpeza” de suas redes sociais é motivada pelo rigoroso processo de triagem de vistos imposto pelo governo Trump. Recentemente, o Departamento de Estado anunciou a necessidade de tornar as contas públicas, buscando por “hostilidade” contra instituições americanas.
Estudantes afirmam ter deixado de seguir personalidades políticas para evitar suspeitas. Um candidato descurtiu posts de figuras como Kamala Harris e apagou postagens desde 2007, enquanto outros pararam de seguir contas de grupos específicos por medo de interpretações erradas.
Um funcionário do Departamento de Estado declarou que a triagem busca sinais de ameaças à segurança nacional. No entanto, estudantes expressam que essas diretrizes contradizem os princípios de liberdade de expressão que os atraem para os EUA.
Além disso, empresas tecnológicas estão qualificando ferramentas para monitorar e gerenciar perfis de candidatos. Uma delas, Phyllo, oferece serviços que avaliam o “risco de conteúdo” online.
A triagem mais rigorosa se dá em meio a uma repressão ao ativismo pró-Palestina nas universidades americanas. Estudantes, como Madeline, admitiram ter alterado suas postagens para evitar uma negativa nos vistos, e outras vozes refletem sobre o medo de sua autoexpressão ser limitada.
Alguns questionam o futuro de suas opiniões manifestadas online e como isso será julgado nas entrevistas de visto, levantando um debate sobre liberdade de expressão versus segurança nacional.