Estudo decifra genoma da população brasileira, a de maior mestiçagem recente no mundo
Pesquisa revela a complexa mistura genética da população brasileira, destacando a diversidade africana, europeia e nativa americana. O estudo oferece insights sobre marcadores genéticos associados a doenças e a história demográfica do país.
Estudo internacional da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Biologia Evolutiva (IBE), de Barcelona, decifra o genoma da população brasileira, a mais miscigenada do mundo.
A pesquisa, parte do projeto "DNA do Brasil", sequenciou 2.723 genomas completos das cinco regiões do Brasil, criando o maior banco de dados genéticos do país.
Mais de 8 milhões de variantes genéticas desconhecidas foram identificadas, incluindo 36.637 variantes potencialmente prejudiciais à saúde.
Dados revelam que a população tem maior diversidade africana das Américas, com variantes genéticas ligadas a doenças cardíacas e infecciosas, além de fatores de fertilidade.
O estudo observa um processo recente de seleção natural devido à diversidade genética desde a colonização no século XV, quando 5 milhões de europeus migraram e a população nativa foi drasticamente reduzida.
Os resultados mostram uma distribuição de ancestralidade com 60% europeia, 27% africana e 13% nativa, desafiando estudos anteriores que indicavam maior presença de nativos.
A linhagem do cromossomo Y (herdada por homens) é majoritariamente europeia (71%), enquanto as linhagens mitocondriais (herdadas por mulheres) são africanas (42%) ou nativas (35%). Recentemente, há um padrão de "acasalamento seletivo" dentro do mesmo grupo étnico.
Informações da EFE. Publicado por Fernando Dias.