Estudo mostra como o bolsonarismo opera como um ‘partido digital’ fora das estruturas partidárias

Bolsonarismo como Partido Digital: análise do Cebrap, CCI e DX revela que o bolsonarismo atua como um “partido digital”, estruturado e descentralizado, que disputa poder político fora das instituições tradicionais.

A pesquisa foca na atuação digital de parlamentares do Partido Liberal (PL), destacando que o Partido Digital Bolsonarista (PDB) opera de forma paralela à legenda, com estratégias e membros próprios.

A coleta de dados ocorreu em cinco semanas, abarcando temas como a revisão das leis sobre presos e o Sete de Setembro, focando em dez parlamentares: tradicionais do Centrão e bolsonaristas influentes.

O estudo considera o bolsonarismo um partido, mesmo sem institucionalização formal, e destaca seu componente digital. Influenciadores políticos são essenciais para engajar a base online, variando de celebridades a figuras de menor visibilidade.

Os bolsonaristas apoiaram candidatos de diferentes partidos nas eleições de 2024. O PL teve destaque em municípios grandes, mas com menos alinhamento às diretrizes do governo federal. O engajamento nas redes sociais dos bolsonaristas supera os parlamentares tradicionais do Centrão.

Um foco unificador é a crítica ao STF, especialmente a Alexandre de Moraes, refletindo um caráter anti-sistêmico do PDB. Enquanto Niccolas Ferreira gera 537,2 mil interações por publicação, outros do Centrão têm números bem inferiores.

A flexibilidade do PDB permite a entrada e saída constante de atores, com a lealdade à figura central sendo crucial. Casos de dissidência são punidos com ostracismo. O bolsonarismo, que se desenvolveu digitalmente, usa as redes sociais para organizar e mobilizar sua base, desafiando partidos tradicionais.

Segundo Leonardo Martins Barbosa, o bolsonarismo destaca-se pela mobilização de massas, algo inédito para um partido conservador no Brasil.