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Estudos contraditórios sobre número de mortos em Gaza alimentam guerra de versões

Estudos recentes sobre as mortes na Faixa de Gaza revelam cifras divergentes e geram debate entre acadêmicos. Enquanto um levantamento aponta para até 75 mil mortos, outro questiona a confiabilidade dos dados oficiais e defende que Israel busca proteger civis.

Estudos contrários revelam tensões sobre mortes em Gaza

A análise recente de estudos contraditórios sobre o número de mortos no conflito Israel-Hamas levantou debates acalorados.

Um estudo liderado por Michael Spagat, da Universidade de Londres, estima em 75 mil o número de mortos entre 7 de outubro de 2023 e janeiro deste ano, superando a contagem oficial de 45 mil. Cerca de 56% das vítimas são mulheres, crianças ou idosos.

Outra pesquisa, de Lewi Stone e Gregory Rose, da Austrália, critica a contagem do Ministério da Saúde de Gaza, sugerindo que os dados estão inflacionados e que Israel busca proteger civis.

O estudo de Spagat utilizou dados de uma pesquisa de campo com 2.000 domicílios em Gaza. Ele estima também 8.000 mortes não violentas além do esperado, devido a causas como falta de assistência médica.

Spagat destaca que os dados oficiais provavelmente não refletem todas as mortes devido à velocidade do conflito e ao ataque a hospitais. Contudo, sua pesquisa não aferiu o total de civis mortos, pois isso poderia causar receios nas famílias.

As críticas se intensificam, com Stone e Rose defendendo que as acusações de genocídio são infundadas e apontando contradições nas estatísticas do Ministério da Saúde.

Enquanto o estudo de Spagat é defendido por sua amostragem, Stone contesta a validade do método de pesquisa e o fato de que não foi publicado em uma revista científica.

Cenas de muitos homens mortos foram observadas, mas Spagat aponta que isso não implica que todos eram combatentes, já que homens são geralmente mais expostos durante conflitos.

A discussão sobre a real quantidade de mortos em Gaza evidencializa a complexidade e a gravidade da situação, refletindo a dificuldade em mediar informações em um contexto de guerra.

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