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‘Eu, que não tenho nada a ver com o Trump, fui dispensado’, diz demitido de fábrica após tarifaço

Dispensa de funcionário da Engemasa ilustra os efeitos diretos do tarifaço de Trump na economia brasileira. Empresa enfrenta queda nas encomendas e busca alternativas para recuperação no mercado.

Matheus Gabriel dos Santos, inspetor de qualidade, foi demitido da Engemasa, fabricante de equipamentos, devido ao impacto do tarifaço promovido por Donald Trump. Mesmo sem experiência internacional significativa, ele sentiu os efeitos diretos da geopolítica.

A empresa, com sede em São Carlos (SP), enfrenta dificuldades econômicas, já que 80% de sua receita vem de exportações, metade destinada aos EUA. Desde que Trump anunciou tarifas, os pedidos diminuíram drasticamente.

João Baroni, diretor-geral da Engemasa, destaca que o Brasil esperava êxito com a mudança, mas a imprevisibilidade levou clientes a hesitar em investir. Como resultado, a empresa cortou 10% de sua equipe, visando evitar falta de fluxo de caixa.

A Engemasa tentou alternativas, como financiamento, mas não obteve apoio rápido. O mercado nacional, dominado por produtos chineses, dificulta ainda mais a recuperação. A empresa já antecipa pedidos e negocia com clientes para mitigar perdas.

Um futuro projeto envolve a construção de uma fábrica na Arábia Saudita, um investimento de R$ 100 milhões, planejado para 2027. Baroni também considerou expandir para os EUA, mas desistiu devido à falta de mão de obra qualificada.

Matheus, com a demissão, busca novas oportunidades e tem se preparado para o mercado. Ele expressa um sentimento neutro em relação à política atual, ressaltando que ambos os lados buscam apenas seus próprios interesses.

O impacto do tarifaço deve resultar em uma receita anual estável de R$ 250 milhões, mas com redução na lucratividade e perda de mão de obra qualificada, o que pode dificultar futuras contratações.

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