EUA buscam desvalorizar o dólar e reduzir o déficit em conta corrente, diz Gustavo Franco
Gustavo Franco defende que os Estados Unidos busquem um acordo internacional com a China para resolver o problema do déficit em conta corrente. Ele acredita que uma abordagem cooperativa é crucial para a estabilidade do sistema monetário global.
Discussão sobre tarifas americanas se centra na necessidade de reduzir o déficit em conta corrente dos EUA.
Desvalorização do dólar é vista como uma ferramenta eficaz, mas Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, sugere um acordo similar ao Acordo de Plaza de 1985 com a China.
Franco afirma: “A conta corrente está excessivamente deficitária”. Ele destaca a dependência dos EUA de títulos americanos para pagamentos, o que incentiva a indisciplina fiscal.
Para Franco, a solução proposta seja um “choque heterodoxo”, mas ele acredita que um novo Acordo de Plaza seria a solução ideal para o balanço de pagamentos dos EUA.
Ele argumenta que a China deve participar de discussões sobre temas globais, incluindo o sistema monetário internacional.
Entretanto, Franco observa que a atual liderança americana não traz esse debate a público, tornando a conversa com a China hostil.
Franco critica a possibilidade de um mal planejamento da desvalorização do dólar, que poderia prejudicar a imagem de crédito dos EUA.
Ele aplaude o rebaixamento da nota de crédito pela Moody's, considerando-o um evento bem-vindo e necessário como punição por medidas impróprias.
Embora a percepção de credibilidade americana esteja em declínio, Franco não acredita no fim do “privilégio exorbitante” do dólar no curto prazo. Ele conclui que qualquer desafio à posição do dólar provavelmente virá da Europa e não da Ásia.