EUA cancelam visto americano de esposa e filha do ministro da Saúde
Estados Unidos ampliam revogação de vistos para familiares de ministro da Saúde em meio a tensões políticas. A medida é uma consequência da participação do Brasil no programa Mais Médicos com profissionais cubanos, em um contexto de imposição de sanções pelos EUA.
Estados Unidos revogam vistos de familiares de ministro da Saúde
Após cancelar os vistos de gestores públicos do programa Mais Médicos, os EUA decidiram estender essa medida à família do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Nesta sexta-feira (15), a esposa e a filha do ministro foram informadas, por e-mail, que o Consulado Geral dos EUA em São Paulo revogou seus vistos.
Essa decisão se baseia na política do governo Donald Trump de impor restrições a autoridades brasileiras devido à participação de médicos cubanos no Mais Médicos, iniciado em 2013.
O Departamento de Estado argumenta que o Brasil é "cúmplice" da exportação coercitiva de mão de obra cubana, que "enriquece o corrupto regime cubano".
Recentemente, os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman foram revogados, pois ambos trabalharam no planejamento do programa.
Interlocutores do governo de Lula consideram isso uma pressão indevida, destacando que a mesma sanção não se aplica a outros países que recrutam médicos cubanos.
Padilha criticiou a revogação dos vistos, afirmando: "Não nos curvaremos a quem persegue a ciência e os pesquisadores".
O Mais Médicos foi retomado por Lula em 2023, mas sem médicos cubanos, e Padilha afirmou que o programa "sobreviverá aos ataques injustificáveis".
Em julho, vistos de ministros do STF também foram suspensos, com o governo brasileiro vendo isso como uma forma de pressão dos EUA.