EUA consolidam protecionismo e remodelam comércio global
EUA adotam políticas protecionistas, afastando-se do liberalismo econômico tradicional. Medidas como tarifas e subsídios visam fortalecer a produção interna e a segurança em setores estratégicos.
Protecionismo e Nacionalismo na Economia dos EUA
A economia norte-americana está se afastando do modelo liberal, adotando medidas protetivas e nacionalistas. Tarifas sobre aço, alumínio e produtos chineses, além de subsídios para microchips e incentivos à produção doméstica, marcam essa mudança.
Historicamente, os EUA priorizavam a integração global. No entanto, sob os mandatos dos últimos presidentes, Donald Trump e Joe Biden, a ênfase passou a ser a proteção do mercado interno e o controle sobre a tecnologia.
O economista Thiago Velloso observa que as políticas iniciadas por Trump foram consolidadas por Biden e ampliadas por Trump em seu segundo mandato. Incentivos para fábricas voltarem aos EUA e subsídios verdes foram reforçados.
As tensões entre o governo Trump e o Fed são evidentes. Trump defende a redução das taxas de juros, enquanto o Fed tenta conter a inflação com taxas entre 4,25% e 4,50%. Essa dinâmica revela a centralidade do protecionismo na política econômica.
Apesar de elevar preços de produtos importados, Trump acredita que a estratégia protege indústrias nacionais e estimula o reshoring—retorno de fábricas para os EUA. O comércio internacional enfrenta fragmentação, com blocos como o Brics e a UE considerando tarifas retaliatórias.
A OMC tem seu papel reduzido, com disputas travadas desde 2019. As tendências internacionais indicam que o mundo está ficando mais protetor, com países como China, Japão e Índia adotando políticas semelhantes.
A corrida tecnológica com a China se intensifica, com os EUA permitindo vendas de chips com uma taxa de 15%. Além disso, a Casa Branca investiu US$ 10,9 bilhões na Intel através do Chips Act, buscando segurança em setores estratégicos.
Essas iniciativas são vistas como uma guinada para reduzir a dependência de rivais estratégicos e proteger empregos. O economista André Mirsky ressalta a importância de garantir a resiliência e a autonomia estratégica.