EUA correm o risco de repetir em versão dolarizada os erros que o Brasil pagou com recessão
Demissões e manipulação de dados econômicos: um alerta sobre os riscos da estagflação nos EUA. Economistas destacam que a falta de confiança institucional pode repetir erros do passado, como no Brasil.
Trump demitiu a responsável pela agência federal de estatísticas econômicas, alegando “viés político” nos dados de inflação e emprego.
Essa ação gerou comparações com Bolsonaro, que também atacou estatísticas que contrariavam sua narrativa. Este movimento é uma tentativa de reescrever a realidade e vai contra preceitos de Economia e ética.
Dados recentes mostram sinais de estagflação nos EUA, com apenas 73 mil empregos criados em julho. Os especialistas estão divididos, com alguns prevendo um desaquecimento moderado e outros um ciclo mais severo.
O cenário atual dos EUA inclui:
- Crescimento do PIB projetado entre 1,1% e 1,3%
- Inflação de 2,6% ao ano (acima da meta de 2%)
- Queda significativa no setor manufatureiro
- Confiança empresarial afetada por incertezas tarifárias e políticas migratórias
Uma economia saudável requer estabilidade institucional e previsibilidade. Tarifas elevadas aumentam preços, e uma política fiscal expansionista pode resultar em estagflação. Trump parece ignorar que inflação e desemprego não seguem slogans.
O Brasil possui lições valiosas: passamos por diversos planos econômicos, mas falhamos devido à desconfiança institucional e gastos públicos desordenados. Desacreditar o Banco Central não resolve problemas econômicos.
Combater a estagflação é similar a tratar uma febre alta: não basta aliviar a sintomatologia; é necessário tratar a causa de forma coerente. Cortar juros pode ser um paliativo, mas há o risco de a situação se agravar. Os EUA podem repetir os erros do Brasil, enfrentando recessão, hiperinflação e décadas de perda.