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EUA e China se reúnem na Suíça para negociação de alto risco sobre futuro das tarifas

Negociações entre EUA e China visam amenizar tensões comerciais e podem impactar a economia global. Resultados estão incertos, mas expectativa é de que diálogo contribua para um entendimento nas tarifas impostas.

Funcionários econômicos dos EUA e da China se reúnem em Genebra neste sábado (10) para negociações de alto risco, crucial para a economia global abalada pela guerra comercial iniciada por Donald Trump.

As reuniões seguem após o aumento das tarifas para 145% nas importações chinesas e 125% nas exportações americanas, interrompendo o comércio entre as duas maiores economias do mundo e aumentando o risco de uma recessão global.

A expectativa de um avanço significativo nas tarifas é baixa, já que as conversas só começaram após semanas de tensão. Os analistas preveem foco na definição de interesses de cada lado e próximos passos nas negociações.

Entretanto, a continuidade do diálogo gera esperanças de que as tensões possam ser amenizadas, embora os impactos econômicos já sejam sentidos globalmente, com cadeias de suprimentos reorientadas e aumento de custos para os consumidores.

As negociações são acompanhadas por economistas e investidores preocupados com o crescimento e os preços globais. Empresas dependentes de importações chinesas também estão alertas.

Eswar Prasad, ex-diretor do FMI, acredita que tanto EUA quanto China têm interesses em desescalar as hostilidades, mas alerta que um alívio duradouro não está próximo.

O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, lidera a delegação americana, enquanto o vice-primeiro-ministro He Lifeng representa a China. A participação de outras figuras não foi confirmada.

Os efeitos da disputa comercial já são visíveis: a China reportou uma queda de 21% nas exportações para os EUA em abril, enquanto empresas americanas contemplam aumentos de preços.

Trump sinalizou disposição para reduzir tarifas, sugerindo uma taxa de 80%, mas enfatizou que um bom acordo para os EUA é prioritário. Acusações contra a China por subsídios e controle de narcóticos também foram destacadas.

A China mantém sua posição de não realizar concessões. Embora uma tarifa de 80% represente um avanço, ainda assim poderia interromper o comércio consideravelmente.

Especialistas sugerem que a redução tarifária para os níveis de início de abril poderia facilitar negociações mais construtivas, e estimativas da Capital Economics indicam que uma redução para 54%% poderia revitalizar as projeções de crescimento e inflação dos EUA.

Por fim, a porta-voz da Casa Branca afirmou que a cifra de 80% mencionada por Trump não é uma proposta oficial, ressaltando que qualquer redução de tarifas está atrelada à reciprocidade da China.

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