EUA e Israel cogitam governo de transição liderado por americanos na Faixa de Gaza pós-guerra
Discussões entre EUA e Israel visam criar um governo temporário para Gaza após a guerra. A administração, proposta por Washington, poderia se assemelhar à experiência do Iraque em 2003 e envolve riscos de resistência na região.
Estados Unidos e Israel discutem a possibilidade de Washington liderar uma administração temporária após a guerra na Faixa de Gaza, conforme relatado por cinco fontes anônimas.
As consultas focam na criação de um governo de transição, que seria supervisionado por um funcionário americano até que Gaza fosse desmilitarizada e estabilizada, e uma administração palestina viável fosse estabelecida.
As discussões ainda estão em estágio preliminar, sem prazo definido para a administração, que dependeria da situação no território.
A proposta é comparada à Autoridade Provisória da Coalizão no Iraque, criada em 2003, que foi vista como força de ocupação e transferiu o poder em 2004.
Outros países seriam convidados a participar da administração em Gaza. A proposta incluiria tecnocratas palestinos, mas excluiria a Autoridade Palestina e o Hamas.
A guerra atual foi desencadeada por uma invasão do Hamas em 7 de outubro de 2023, resultando em cerca de 1.200 mortes e várias centenas de sequestrados.
O Departamento de Estado dos EUA não confirmou as negociações sobre uma autoridade provisória. O chanceler israelense, Gideon Saar, propôs um conselho internacional para administrar Gaza no pós-guerra.
Ismail Al-Thawabta, do governo de Gaza, rejeitou a ideia de uma administração liderada pelos EUA. A Autoridade Palestina não comentou.
Um apoio significativo à criação da administração em Gaza poderia gerar reações negativas na região, colocando os EUA na posição de força ocupante.
Os Emirados Árabes Unidos sugeriram uma coalizão internacional para administrar Gaza, condicionada à inclusão da Autoridade Palestina e um plano para um Estado palestino.
Israel, sob Netanyahu, opõe-se à participação da Autoridade Palestina e à soberania palestina, enquanto discute cenários futuros que excluem um êxodo em massa.
A ofensiva já causou mais de 52 mil mortos até o momento.