EUA impõem novas sanções à rede de comércio de petróleo do Irã
Novas sanções dos EUA visam desmantelar uma extensa rede de navegação ligada ao Irã, responsável por movimentar bilhões em receitas de petróleo. A medida, considerada a maior desde 2018, intensifica a campanha de "pressão máxima" sobre o país.
Os Estados Unidos impuseram novas sanções a um imenso império internacional de navegação, que, segundo o governo, canalizou dezenas de bilhões de dólares em receita de petróleo para o Irã.
O departamento do Tesouro divulgou que a rede é controlada por Mohammad Hossein Shamkhani, filho de Ali Shamkhani, já sancionado e conselheiro do aiatolá Ali Khamenei.
Este pacote de sanções afeta mais de 115 itens, incluindo 12 indivíduos, 52 embarcações e 15 empresas de navegação. É a maior ação dos EUA relacionada ao Irã desde 2018.
A medida visa reprimir as exportações de petróleo iraniano, reforçando a "pressão máxima" ordenada pelo presidente Donald Trump ao reassumir o cargo.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, enfatizou que o império de Shamkhani ilustra como elites iranianas acumulam riqueza e financiam atividades perigosas.
A receita do petróleo é crucial para o Irã, o país mais sancionado do mundo. Focando nessa fonte, os EUA buscam limitar o financiamento de armamentos e enriquecimento nuclear.
A rede de Shamkhani, com presença em 20 países, utiliza petroleiros e empresas de fachada para movimentar grandes somas e lavar dinheiro, principalmente através de compras na China.
O Tesouro descreveu a rede como "uma das maiores de evasão de sanções do Irã", que usa métodos sofisticados para encobrir suas atividades ilegais.
Shamkhani utiliza pseudônimos e passaportes estrangeiros, facilitando viagens internacionais sem ser detectado. Sua rede abrange os Emirados Árabes Unidos, Ilhas Marshall, Índia, e se estende a países como Reino Unido, Bélgica, França, Suíça e Itália.
Entre os sancionados estão cidadãos francês, britânico e italiano, assim como uma empresa de navegação suiça.
Apesar das sanções, não há clareza sobre as medidas que Washington tomará para garantir a conformidade de nações como os Emirados Árabes Unidos, onde a rede é particularmente ativa.
Autoridades afirmam que as sanções dificultarão a continuidade das vendas de petróleo, mas não causarão perturbações sustentadas nos mercados globais de petróleo.