EUA planejam suavizar críticas a El Salvador, Israel e Rússia em relatório de direitos humanos
Rascunhos dos relatórios anuais de direitos humanos do governo Trump mostram uma mudança significativa na abordagem americana, minimizando críticas a países com histórico de abusos. Documentos vazados revelam a exclusão de temas como crimes de gênero e a redução de menções a violações em nações como El Salvador, Israel e Rússia.
Rascunhos vazados dos relatórios anuais de direitos humanos do Departamento de Estado revelam que o governo de Donald Trump planeja reduzir críticas a países com históricos de abusos.
Os rascunhos sobre El Salvador, Israel e Rússia são **significativamente mais curtos** que os do governo de Joe Biden e eliminam referências a LGBTQIA+ e crimes associados.
O relatório sobre El Salvador afirma não haver "relatos críveis de violações significativas de direitos humanos" em 2024, em contraste com o relatório de 2023 que mencionava "graves problemas de direitos humanos".
Além disso, rascunhos indicam um reformulação radical na abordagem dos EUA aos direitos humanos. Funcionários foram orientados a minimizar relatos e eliminar referências a corrupção e crimes de gênero.
O Departamento de Estado não comentou os documentos. Um funcionário anônimo afirmou que os relatórios foram reestruturados para aumentar a legibilidade e focar em questões centrais.
Os relatórios, que são obrigatórios por lei e precisam ser enviados ao Congresso, ainda não foram oficialmente divulgados. Rascunhos sobre Israel e El Salvador estão finalizados, enquanto o de Rússia permanece em revisão.
A liderança dos rascunhos é atribuída a Samuel Samson, que produziu diretrizes para a revisão. Documentos anteriores apontavam para abusos em Israel, como a vigilância contra palestinos, mas os novos rascunhos não abordam essas questões.
Especialistas criticam as omissões e a nova abordagem em direitos humanos do governo, considerando uma "ruptura" com práticas históricas dos EUA, incluindo a promoção da democracia.
O governo também aumentou sanções contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, destacando a tensão com o governo Lula.