EUA querem mudar regra que afeta negociação com Treasuries

Principais reguladores bancários dos EUA planejam reduzir uma importante reserva de capital para os maiores bancos em até 1,5 ponto percentual, visando facilitar suas negociações no mercado de Treasuries, avaliado em US$ 29 trilhões.

O Federal Reserve (Fed), a FDIC e o OCC estão revisando o índice de alavancagem suplementar aprimorado (eSLR). Essa regra se aplica a grandes bancos, como J. P. Morgan, Goldman Sachs e Morgan Stanley.

A proposta prevê a redução do requisito de capital de 5% para uma faixa de 3,5% a 4,5% para holdings bancárias, e de 6% para a mesma faixa para suas subsidiárias.

As revisões são similares às de 2018, quando os reguladores tentaram “adaptar” o eSLR. A proposta pode incluir um pedido de comentários públicos sobre a exclusão dos Treasuries do cálculo do índice.

O Fed se reunirá em 25 de junho para discutir o plano. Outros reguladores ainda não anunciaram suas agendas. Autoridades do Fed, como Jerome Powell, expressaram apoio a revisões no eSLR para reforçar o papel dos bancos no mercado.

O setor bancário argumenta que a regra prejudica sua capacidade de aumentar investimentos em Treasuries durante a volatilidade, pois estes são tratados como ativos arriscados. A aplicabilidade do SLR aos Treasuries foi suspensa durante a crise da Covid e, posteriormente, restabelecida.

Os índices de alavancagem servem como um “reforço” aos requisitos de capital baseados em risco. A vice-chair do Fed, Michelle Bowman, observou que um índice excessivamente restritivo pode causar distorções no mercado.

Por fim, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, ressaltou que ajustar a regra pode reduzir os rendimentos dos Treasuries em dezenas de pontos-base, mas a eficácia em incentivar mais compras pelos bancos é questionável.