EUA: Retaliação na guerra comercial atingirá mais fortemente os eleitores de Trump

Guerra comercial: Presidentes e governos estrangeiros reagem às tarifas impostas pelos EUA.

A China direciona tarifas a produtores de milho e montadoras de automóveis. O Canadá atinge frigoríficos de aves e fabricantes de ar-condicionado. A Europa foca siderúrgicas e abatedouros americanos.

Desde a implementação de tarifas por Trump, outros países começaram medidas de retaliação, visando pressionar o presidente. Aproximadamente 8 milhões de americanos que trabalham em setores afetados pelas tarifas são em sua maioria eleitores de Trump.

Estudos indicam que a guerra comercial pode impactar negativamente os empregos americanos, potencialmente revertendo a estratégia econômica do presidente. Setores afetados empregam cerca de 7,75 milhões de pessoas nos EUA, com 4,48 milhões em condados que votaram em Trump.

Os empregos em risco estão concentrados no Meio-Oeste, Sul e Sudeste dos EUA, incluindo a agricultura e indústrias como carvão e manufatura. Robert Maxim, do Brookings Metro, destaca o direcionamento das tarifas a regiões que apoiam Trump.

A retaliação é severa, especialmente para a agricultura, onde agricultores americanos enfrentaram quedas significativas nas exportações durante o primeiro mandato de Trump. O presidente tentou resolver isso com mais de US$ 20 bilhões em subsídios.

Uma análise de economistas concluiu que as tarifas tiveram um efeito negativo sobre o emprego, superando os benefícios das tarifas dos EUA e dos subsídios. As áreas rurais estão em risco novamente, com dependência elevada de indústrias como a agricultura.

Taxas de emprego nas indústrias afetadas são altas em estados como Wisconsin (9,5%), Indiana (8,5%) e Iowa (8,4%). Trump alertou sobre possíveis “perturbações” para os agricultores, comparando com seu primeiro mandato.

Mark Muro ressalta que muitos condados afetados são rurais e apoiadores fiéis de Trump. “Nossos parceiros comerciais conhecem bem essas indústrias e sua localização,” afirmou.