EUA trataram nazistas melhor do que venezuelanos deportados, diz juíza
A juíza Patricia Millett criticou o tratamento recebido por migrantes venezuelanos em comparação aos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. A audiência levantou questões sobre a aplicação da Lei dos Inimigos Estrangeiros e as deportações recentes promovidas pelo governo Trump.
Juíza crítica deportações de migrantes venezuelanos
Uma juíza de um tribunal de apelação dos EUA, Patricia Millett, declarou que nazistas tiveram mais direitos durante seus processos de deportação na Segunda Guerra Mundial do que migrantes venezuelanos expulsos sob o governo Trump.
Em uma audiência, Millett questionou o advogado do governo, Drew Ensign, sobre a aplicação da Lei dos Inimigos Estrangeiros, utilizada por Trump para justificar expulsões em massa.
No último dia 15, 200 migrantes venezuelanos foram deportados, enviados para El Salvador, onde o presidente Nayib Bukele é aliado de Trump.
A lei, criada em 1798, permite a deportação de imigrantes durante períodos de guerra. Trump alegou que os EUA estão em conflito com facções estrangeiras.
Vídeos mostram os deportados algemados e forçados a se ajoelhar antes de terem suas cabeças raspadas. Millett afirmou: "Os nazistas tiveram um tratamento melhor sob a Lei de Inimigos Estrangeiros". Ensign contestou essa analogia.
Apesar de uma ordem judicial bloqueando temporariamente as deportações, Trump prosseguiu, alegando que o avião já estava no ar e não podia ser redirecionado. Bukele ironizou a situação nas redes sociais.
Até 2025, a lei foi usada em três ocasiões: guerras anglo-americana, Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Recentemente, o governo Trump recorreu à Justiça contra a ordem de bloqueio.
O painel do tribunal inclui o juiz Justin Walker, nomeado por Trump, e Karen Henderson, nomeada por George W. Bush. A decisão ainda não foi anunciada.