Europol alerta para uso de IA em crimes globais
A Europol alerta para a utilização crescente da inteligência artificial por quadrilhas criminosas, que transformam o crime organizado em operações globais mais sofisticadas. A agência destaca as ameaças emergentes e o desafio na recuperação de ativos ilícitos diante da adaptação tecnológica das redes criminais.
Europol alerta para o uso crescente de inteligência artificial (IA) por organizações criminosas, destacando uma “ameaça sem precedentes” à segurança global.
O relatório evidencia como a IA facilita a ampliação de operações criminosas, tornando-as mais difíceis de detectar e permitindo:
- Elaboração de mensagens em vários idiomas;
- Criação de falsificações realistas;
- Chantagem em fraudes cibernéticas;
- Produção de material de abuso sexual infantil.
Segundo Catherine De Bolle, diretora da Europol, "O próprio DNA do crime organizado está mudando".
A agência destacou que a IA, por suas qualidades como acessibilidade e sofisticação, se tornou uma ferramenta poderosa para criminosos, automatizando operações ilegais.
Outro ponto crítico é o surgimento de IA totalmente autônoma, que pode levar a um novo patamar de controle nas redes criminosas.
Entre as crescentes ameaças na Europa, a Europol listou:
- Ataques cibernéticos;
- Contrabando de migrantes;
- Tráfico de drogas e armas;
- Irregularidades na gestão de resíduos.
A recuperação de ganhos ilícitos permanece difícil, com o confisco estagnado em 2%. Grupos criminosos estão utilizando criptomoedas para lavar dinheiro, dificultando o rastreamento.
A Europol também mencionou o rápido desenvolvimento de tecnologias como computação quântica e metaverso, que podem potencialmente beneficiar atividades criminosas.
Em fevereiro de 2025, a Europol prendeu duas dúzias de pessoas por distribuir imagens de abuso infantil geradas por IA, sendo um dos primeiros casos dessa natureza.