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Eventual negociação sobre minerais críticos com Trump passa por ampliar exceções ao tarifaço, diz setor

O Instituto Brasileiro de Mineração destaca a importância de ampliar a lista de produtos brasileiros que escapariam da tarifa de 50% imposta pelos EUA. Apesar do potencial de um acordo, até o momento não há negociações oficiais entre os governos.

Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), declarou que qualquer negociação entre Brasil e EUA sobre minerais críticos deve incluir a ampliação da lista de produtos brasileiros excluídos do tarifaço de 50% imposto por Donald Trump. Exemplos citados foram cobre e vanádio.

Jungmann enfatizou que a única mineradora de vanádio na América produz 60% desse mineral para os EUA. Ele acredita que um acordo deve contemplar transferência de tecnologia, investimentos e diversificação da pauta exportadora. Entretanto, ressaltou que, até agora, não existem negociações com os governos brasileiro e americano.

Os minerais críticos do Brasil incluem:

  • cobre,
  • alumínio,
  • níquel,
  • lítio,
  • nióbio,
  • zinco,
  • cromo,
  • grafita,
  • titânio,
  • vanádio,
  • chumbo,
  • terras raras.
Estes são essenciais para setores de tecnologia, defesa e transição energética.

Na última segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou a possibilidade de um acordo de cooperação em minerais críticos. Gabriel Escobar, da embaixada americana, também manifestou interesse nesses produtos.

Jungmann reiterou que os minerais críticos pertencem à União e as negociações precisam ser feitas entre os governos, não com o setor privado.

Um levantamento do Ibram mostrou que a sobretaxa de 50% impactará 24,4% das vendas para os EUA, afetando principalmente alumínio, caulim, cobre e manganês. Já ferro, nióbio, ouro e rochas ornamentais não sofrerão impactos.

No primeiro semestre de 2024, o faturamento dos minerais críticos chegou a R$ 21,6 bilhões, um aumento de 41,6% em relação ao mesmo período de 2023. O setor mineral teve um total de R$ 139,2 bilhões em faturamento, com minério de ferro caindo 8,2% e representando 52,8% das vendas.

Foram exportadas cerca de 192,5 milhões de toneladas de minerais, somando US$ 20,1 bilhões. Os embarques de minerais críticos foram de 3,58 milhões de toneladas, ou US$ 3,64 bilhões.

Estimativas de investimentos para 2025-2029 no setor alcançam US$ 68,4 bilhões, com US$ 18,45 bilhões específicos para minerais críticos. O setor gera 226 mil empregos diretos, com a criação de 5.085 novos postos de trabalho no primeiro semestre.

Minas Gerais, Pará e Bahia lideraram o faturamento, com participações de 39,7%, 34,6% e 4,8%, respectivamente.

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