Evitando seu chefe? No Japão, é possível contratar alguém para pedir demissão por você
A crescente popularidade das empresas de demissão reflete uma mudança na cultura de trabalho do Japão, onde mais jovens buscam liberdade e mobilidade profissional. O fenômeno surge em um contexto de resistência a jornadas longas e a busca por melhores condições de trabalho.
Shota Shimizu, da Momuri, uma "empresa de demissão" em Tóquio, facilita o desligamento de clientes que desejam evitar conversas desconfortáveis com seus chefes.
A empresa representa funcionários insatisfeitos com seus empregos, com serviços que custam até 50 mil ienes (aprox. R$ 1.890). O fenômeno cresceu desde a pandemia, que desafiou a rígida cultura de trabalho japonesa.
Antes, o Japão era caracterizado por emprego vitalício e jornadas longas, mas as expectativas estão mudando. Funcionários mais jovens estão se sentindo mais empoderados para buscar novas oportunidades, refletindo uma crescente insatisfação com a dinâmica local de trabalho.
- Frustrado com o trabalho, Toui Iida, 25, pagou para solicitar sua demissão.
- Cerca de 3,3 milhões mudaram de emprego em 2024, um número ainda baixo em relação ao total de 68 milhões de empregados.
- A Momuri atende cerca de 2.500 casos por mês, um aumento significativo desde 2022.
Quase 10% das empresas japonesas já receberam demissões via serviços como o da Momuri, indicando uma transformação no mercado de trabalho.
As empresas agora precisam mudar suas estratégias para reter talentos, especialmente considerando que muitos candidatos têm mais opções disponíveis.
A mudança de postura em relação ao desligamento representa um desafio em um país que valoriza a harmonia social.