Evo diz que eleição não tem legitimidade, e direita promete mudança radical na Bolívia

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, afirmou que o voto nulo será o vencedor nas eleições gerais deste domingo (17), considerando o processo "sem legitimidade".

Após votar em Lauca Eñe, Morales declarou: "Esta votação vai demonstrar que se trata de uma eleição sem legitimidade". Ele é cercado por seguidores para evitar uma ordem de prisão contra ele.

O ex-presidente, inabilitado de concorrer pelo Tribunal Constitucional, tentava um quarto mandato e enfrenta acusações de tráfico de menor que nega. "Desta vez vamos votar, mas não vamos eleger", disse, orientando seus apoiadores ao voto nulo.

Mais de 7,9 milhões de bolivianos votam em oito candidatos presidenciais e na renovação do Congresso. A corrida é liderada pelos empresários Samuel Doria Medina e Jorge "Tuto" Quiroga, ambos com cerca de 20% nas intenções de voto.

Doria Medina prometeu um plano de choque de 100 dias, enquanto Quiroga deseja uma “reviravolta” nas políticas do MAS. Ambos despretendem mudar o modelo econômico implantado durante o governo de Morales.

Momentos de tensão foram reportados, com relatos de ataques a Andrónico Rodríguez, candidato esquerdista, ao chegar para votar.
Ele afirmou: “Cumprimos com nossa vocação democrática ao exercer nosso voto”.