Ex-comandante do Exército volta a negar que tenha dado ordem de prisão a Bolsonaro
Durante acareação no STF, ex-comandante do Exército nega ter dado ordens de prisão a Bolsonaro. Freire Gomes também esclarece sua participação em reuniões sobre medidas antidemocráticas e as consequências jurídicas envolvidas.
Ex-comandante do Exército Freire Gomes reafirma que não ordenou prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro após descobrir plano golpista contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A declaração foi feita em acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes. O pedido de acareação partiu da defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que nega participação em "reuniões antidemocráticas".
Na acareação, Freire Gomes confirmou ter visto a "minuta do golpe" em reunião no dia 7 de dezembro de 2022. Ele avisou a Bolsonaro sobre as consequências legais de um possível decreto que poderia resultar em sua prisão. Freire Gomes destacou que nunca deu uma "ordem de prisão", mas alertou sobre os riscos.
O general mencionou que, após sua advertência, Bolsonaro concordou e não retornou ao assunto.
Sobre Anderson Torres, Freire Gomes recordou ter participado de reuniões com ele, onde a possibilidade de Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi discutida. Contudo, ele não esteve presente nas reuniões sobre a minuta do golpe nos dias 7 e 14 de dezembro de 2022.
Freire Gomes também observou que o documento apresentado aos comandantes das Forças Armadas tinha "conteúdo semelhante" ao encontrado na casa de Torres, mas afirmou que nunca disse que eram o mesmo documento. Ele ressaltou que Torres "jamais incentivou atos fora da legalidade".