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Ex-guerrilheiro, Mujica passou 12 anos preso, comeu sabão e perdeu dentes

Mujica, figura emblemática da política uruguaia e ex-líder guerrilheiro, faleceu aos 89 anos após enfrentar complicações de saúde decorrentes de um câncer. Seu legado inclui uma trajetória marcada por radicalismo, luta pela democracia e políticas progressistas durante sua presidência.

José Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, faleceu aos 89 anos nesta terça-feira. Antes de sua vida política, foi membro do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros (MLN-T), uma guerrilha urbana que lutou contra a ditadura militar.

Nascido em Montevidéu, Mujica ingressou no MLN-T por volta dos 30 anos, levando a cabo roubos e sequestros. Um episódio notório foi a invasão da delegacia de Pando em 1969. Mesmo após a guerrilha, ele declarou não se arrepender das ações que tomou.

Mujica foi preso três vezes, incluindo uma detenção que durou 13 anos durante a ditadura. Na última prisão, foi alvejado por seis tiros e mantido em confinamento solitário, enfrentando condições extremas e abusos.

Liberto em 1985, Mujica ajudou na redemocratização do Uruguai e foi eleito para a Câmara dos Deputados em 1994 e Senador em 1999. Ele se tornou presidente em 2009, promovendo a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o aborto e a regulamentação da maconha.

No final de sua vida, Mujica recebeu cuidados paliativos após ser diagnosticado com câncer de esôfago e outras doenças crônicas. Em janeiro de 2025, anunciou que a doença havia se espalhado e decidiu não prosseguir com o tratamento.

Em maio de 2025, sua esposa informou que ele estava em fase terminal e recebendo cuidados em casa, ausentando-se das eleições regionais.

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