Ex-ministro de Lula vota por suspender ação do golpe contra Ramagem na Câmara
Juscelino Filho se junta a outros parlamentares ao votar pela suspensão da ação penal que envolve Alexandre Ramagem, gerando polêmica entre os poderes. A decisão pode beneficiar também ex-membros da administração Bolsonaro e intensificar a tensão entre o Legislativo e o Supremo.
Ex-ministro Juscelino Filho (União Brasil-MA) votou a favor da suspensão da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) no Supremo Tribunal Federal (STF).
A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 7 de abril, com 315 votos a 143, beneficiando diretamente Ramagem, réu pela tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. A decisão também pode favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus envolvidos.
Juscelino deixou o governo em 8 de abril após denúncias de corrupção. Seu partido, União Brasil, apoiou a suspensão com 56 votos a favor e apenas quatro contra.
O pedido de suspensão, apresentado pelo PL, argumenta que investigações contra parlamentares são proibidas após a diplomação. Ramagem, ex-diretor da Abin, foi eleito deputado após as invasões de janeiro.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, foi levada ao plenário com apoio da oposição. O relatório foi assinado pelo bolsonarista Alfredo Gaspar (União-AL).
As federações PT, PCdoB e PV, e Psol-Rede, PSB e PDT foram contrárias à suspensão. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), permitiu a votação presencial.
A aprovação gera um novo embate entre o Legislativo e o STF, que já havia determinado a continuidade da ação penal. A Procuradoria-Geral da República e o STF podem contestar a decisão da Câmara, potencilamente aumentando as tensões entre os poderes.