Ex-premiê de Israel compara plano de 'cidade humanitária' em Gaza a campo de concentração
Ex-primeiro-ministro israelense compara proposta de "cidade humanitária" a um campo de concentração e levanta preocupações sobre limpeza étnica. O governo Netanyahu e a ONU também reagem com críticas ao plano de deslocamento da população palestina.
Plano de "cidade humanitária" em Rafah gera polêmica.
Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro de Israel, o classifica como um campo de concentração em entrevista ao The Guardian. Ele alertou para a possibilidade de limpeza étnica se palestinos forem deportados para a nova área.
A ideia, proposta pelo ministro da Defesa Israel Katz, envolve o deslocamento de 600 mil palestinos, com triagem de segurança e restrições de saída.
Olmert, que já criticou as ações militares de Israel, afirmou que o plano é uma tentativa de descartar a população palestina e não de salvá-la. Ele ressaltou que ainda não considera a atual campanha como uma limpeza étnica.
A ONU e o ministro britânico para o Oriente Médio também se manifestaram, chamando o plano de inaceitável. O chefe do Estado-Maior de Israel, Eyal Zamir, criticou a iniciativa por desviar o foco dos objetivos da guerra contra o Hamas.
O governo de Netanyahu rechaçou as críticas de Olmert, chamando-o de "criminoso condenado". A proposta de construção da nova cidade está atrelada a um cessar-fogo de 60 dias em negociação.
As forças militares israelenses cuidariam da segurança, mas não administrariam a área ou a ajuda humanitária, com a intenção de envolver parceiros internacionais na administração do local.
Entidades humanitárias já acusam Israel de promover deslocamento forçado da população palestina.