Ex-presidente colombiano Álvaro Uribe é declarado culpado por subornar paramilitar

Ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, foi declarado culpado nesta segunda-feira, 28, por subornar testemunhas para evitar sua associação com grupos paramilitares.

Este é o primeiro julgamento de um ex-presidente colombiano e a decisão foi dada por um tribunal de primeira instância. Uribe nega as acusações e sua defesa pode recorrer.

A leitura do veredicto durou nove horas, resultando em confrontos entre seguidores e opositores fora do tribunal. O chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, criticou a decisão, chamando os juízes de radicais.

Uribe, que cometeu fraude processual, pode enfrentar até 12 anos de prisão. O processo teve início em 2012 quando Uribe processou o congressista de esquerda Iván Cepeda, acusando-o de tentar associá-lo a paramilitares.

Em 2018, a investigação mudou de rumo, levando à sua renúncia ao Senado em 2020. A condenação de Uribe é um golpe para a direita conservadora antes das eleições presidenciais de 2026, uma vez que ele é uma figura chave do partido Centro Democrático, principal oposição ao presidente Gustavo Petro.

Petro se manifestou no X, afirmando ser dever do governo proteger a juíza envolvida no caso. Uribe alega ser vítima de um julgamento político motivado por vingança.

A investigação de Uribe começou em 2018 e culminou em um julgamento em 2024, onde mais de 90 testemunhas depuseram. Provas cruciais incluíram uma gravação de reuniões entre o advogado de Uribe e um paramilitar, além de interceptações telefônicas.

A pressão e o suborno envolvendo testemunhas, junto com suas alegações de inocência, refletem a polarização e os questionamentos sobre sua política de combate à insurgência, marcada por abusos aos direitos humanos.