Ex-presidente do INSS na gestão Bolsonaro é exonerado após citação em inquérito da PF
Guilherme Serrano é exonerado em meio a investigações sobre fraudes no INSS. A demissão reflete a pressão por responsabilização enquanto a PF investiga um esquema bilionário de descontos ilegais.
Ministério da Previdência Social exonerou Guilherme Serrano do cargo de coordenador-geral de Estudos Estatísticos nesta quinta-feira (8). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e assinada pela chefe de gabinete, Louise Caroline Santos de Lima e Silva.
Serrano, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre abril de 2022 e janeiro de 2023, é alvo de um inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões.
A investigação destaca um potencial conflito de interesses relacionado à participação de Serrano em eventos da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA).
- Em 31 de agosto de 2021, Serrano participou de uma assembleia que deliberou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS.
- O ACT permitiu descontos de contribuições associativas na folha de pagamento dos beneficiários.
- Como presidente do INSS, ele assinou o ACT, agora sob investigação.
A operação Sem Desconto da PF, iniciada em 23 de abril, revelou fraudes bilionárias, resultando na demissão de outros membros da Previdência.
O Ministério da Previdência não divulgou oficialmente os motivos da exoneração, que ocorre em um contexto de pressão para responsabilizar os envolvidos e crise no sistema previdenciário do país.