Ex-presidente do Peru não pediu asilo ao Brasil porque queria seguir exemplo de Lula, diz advogado
O ex-presidente peruano Ollanta Humala opta por permanecer na prisão para provar sua inocência, seguindo o exemplo de Lula. A concessão de asilo a sua esposa, Nadine Heredia, gera polêmicas e críticas no Brasil, especialmente em relação à corrupção ligada à Odebrecht.
O ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, condenado por lavagem de dinheiro, prefere provar sua inocência na prisão ao invés de pedir asilo diplomático ao Brasil, seguindo o exemplo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O relato foi feito a seu advogado, Marco Aurélio de Carvalho, que representa Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru, que já recebeu asilo do governo brasileiro e chegou ao país em um avião da FAB.
Ambos receberam penas de 15 anos de prisão por doações ilegais da Odebrecht e do regime venezuelano.
Carvalho afirma que Heredia é alvo de perseguição política e que as acusações se baseiam na palavra de um único delator.
No Peru, outros três ex-presidentes também são investigados por corrupção relacionada à Odebrecht:
- Pedro Pablo Kuczynski – sob investigação;
- Alejandro Toledo – condenado a mais de 20 anos;
- Alan Garcia – suicidou-se antes da detenção.
A concessão de asilo gerou críticas da oposição brasileira, com alguns acusando o governo de usar a FAB para ajudar condenados por corrupção.
O diretor executivo da Transparência Internacional, Bruno Brandão, também protestou, ressaltando a contradição na concessão de asilo a Heredia enquanto boxeadores cubanos foram devolvidos ao regime de Cuba.
Heredia fez um pedido de refúgio para ela e seu filho de 15 anos, o que deve facilitar sua vida no Brasil, embora o processo de análise do refúgio demore, em média, três anos.
A concessão do asilo foi acelerada pela determinação da presidente peruana, Dina Boluarte, de conceder salvo-conduto a Heredia.
Em 2013, o senador Roger Pinto foi retirado clandestinamente da embaixada do Brasil após um longo período de espera por salvo-conduto.