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Excepcionalismo americano reside na solidez das suas instituições

Análise crítica das políticas econômicas de Trump revela semelhanças com a era Vargas no Brasil. Autor alerta que tarifas e proteções podem fragilizar instituições e inibir a inovação a longo prazo.

Reflexão sobre a economia americana sob Trump

Na década de 80, a teoria econômica era dominada por economistas americanos premiados com o Nobel.

As comparações entre as economias americana e brasileira mostraram vantagens dos EUA, como menor intervenção do governo, respeito aos contratos e mobilidade social.

Apesar de avanços no Brasil, como após o Plano Real, o crescimento foi lento, em contraste com a economia pujante dos EUA.

O recente tarifaço da administração Trump causou espanto. O Secretário de Tesouro, Scott Bessent, defende que esta política visa proteger a economia nacional e aumentar o crescimento.

Contudo, essa estratégia contraria princípios econômicos, pois tarifas encarecem produtos e geram inflação. A eficiência da economia pode ser prejudicada, resultando em um gap entre oferta e demanda.

A política de Trump lembra o ciclo de substituição de importações do Brasil, que não foi bem-sucedido. Tarifas e proteções podem perpetuar empresas ineficientes e diminuir a inovação.

Além disso, a discricionariedade em setores favorecidos pode gerar corrupção e aumentar custos.

O ambiente de regras frágeis e mudanças frequentes eleva a incerteza, enquanto a confrontação com instituições pode comprometer a competitividade.

Por fim, a fragilização das instituições reduz o apetite pela inovação e fortalece oligarquias.

A solidariedade institucional é o que sustenta o excepcionalismo americano. Trump deveria considerar as lições do Brasil antes de seguir com suas políticas.

Hudson Bessa - Economista e sócio da HB Escola de Negócios

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