Exclusivo: Drex abandonará blockchain na próxima fase para entregar solução em 2026
Banco Central muda estratégia do Drex e abandona tecnologia DLT, com entrega prevista para 2026. Novas soluções de privacidade e integração com o Pix estão em desenvolvimento para facilitar a reconciliação de gravames.
Banco Central (BC) redefine projeto Drex: abandonará o uso de tecnologia de registro distribuído (DLT) na próxima fase, visando lançamento em 2026.
O coordenador do Drex, Fabio Araujo, anunciou duas etapas: uma para curto prazo, sem rede descentralizada, e outra para desenvolver a tecnologia.
A primeira entrega, focada na reconciliação de gravames, ocorrerá no segundo semestre de 2024. Araujo explicou que ativos podem ser usados como garantia no crédito, facilitando transações.
A infraestrutura inicial, Hyperledger Besu, foi abandonada devido às dificuldades em desenvolver soluções de privacidade. Três ferramentas testadas não atenderam às expectativas, mesmo com soluções adicionais surgindo na segunda fase.
O BC ainda não revelou a tecnologia para a reconciliação de gravames. Participantes do consórcio estão surpresos com a mudança; Marcos Viriato, CEO da Parfin, sugere que ativos possam ser trocados na infraestrutura do Pix.
Relatórios sobre 13 casos de uso da tokenização foram entregues em julho, e um relatório abrangente será apresentado até outubro. A terceira fase deve iniciar ainda este ano, mas a continuidade dos 16 consórcios atuais é incerta.
O Drex enfrenta também polarização política, especialmente após declarações de Donald Trump sobre moedas digitais, gerando desconfiança no Brasil. O BC nega ligações e afirma que as mudanças não estão relacionadas a isso.
A similaridade com a agenda evolutiva do Pix é destacada, visando novas operabilidades ao longo do tempo. Apesar da saída do DLT, empresas continuam investindo na tokenização, como demonstrado pelo Banco Inter na tokenização de soja.
As novidades foram apresentadas durante o Blockchain Rio.