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Expansão fiscal nos EUA puxou lucro extraordinário corporativo, diz gestor da Ashmore

Economista aponta que crescimento atípico das empresas americanas é impulsionado por gastos fiscais, mas alerta para a insustentabilidade dessa dinâmica. Novas tarifas comerciais podem impactar negativamente o PIB e a arrecadação, segundo Medeiros.

Desempenho excepcional das empresas americanas nas bolsas é impactado pela guerra comercial e pela política fiscal pró-cíclica dos EUA.

Essa análise vem do economista Gustavo Medeiros, head global de macro research da Ashmore, em sua participação no programa Stock Pickers.

Medeiros destacou que o crescimento médio de lucro por ação (EPS) das empresas americanas foi de 6,6% ao ano até 2017, saltando para 9,2% após esse ano, devido aos gastos fiscais extraordinários do governo.

Se o EPS tivesse mantido a média histórica, o índice S&P 500 estaria em cerca de 4.600 pontos, bem abaixo dos 6.100 pontos atuais.

Ele também contestou que a performance das gigantes de tecnologia, as Magnificent Seven, se deve apenas a inovações tecnológicas, apontando que, apesar do crescimento da internet, o EPS não acelerou antes de 2017.

Além disso, a receita externa dessas empresas caiu de 55% em 2016 para 45% em 2024, mesmo com economias como China e Índia crescendo mais que os EUA.

Medeiros acredita que a dinâmica atual é insustentável e prevê uma consolidação fiscal nos EUA a partir de 2025, devido a dificuldades em expandir gastos públicos indefinidamente.

Sobre tarifas comerciais, ele defende uma abordagem pragmática, considerando tarifas de até 12% como eficientes, mas alertando que tarifas superiores podem ser prejudiciais ao PIB e à arrecadação.

Novas tarifas estão previstas para serem implementadas em 9 de abril; Medeiros acredita que os EUA usarão essas tarifas como ferramenta de barganha, especialmente em relação à China, que pode retaliar rapidamente.

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