Exportação de café do Brasil recua 28% em julho antes de impacto de tarifa de 50% dos EUA
Exportações de café verde do Brasil enfrentam forte queda em julho, enquanto setores lidam com incertezas tarifárias. Apesar da queda nos embarques, a receita cambial atinge recorde para o mês, refletindo preços elevados.
Exportação de café verde do Brasil caiu 28,1% em julho, totalizando 2,45 milhões de sacas de 60 kg em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme reportado pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
O Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, exportou 1,98 milhão de sacas de grãos arábica, uma queda de 20,6% em relação ao ano anterior. Já as exportações de cafés canéforas (robusta/conilon) caíram quase 49%, atingindo cerca de 461 mil sacas.
Com relação ao café industrializado, o país embarcou 2,73 milhões de sacas em julho, apresentando uma queda de 27,6% em relação ao mesmo período de 2024. No entanto, a receita cambial foi recorde, alcançando US$ 1,03 bilhão, um aumento de 10,4% no comparativo anual.
As tarifas de 50% dos EUA começaram em 6 de agosto; portanto, as exportações de julho não foram afetadas. O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, mencionou que indústrias norte-americanas estão tentando encontrar soluções para evitar as tarifas, enquanto os exportadores brasileiros recebem pedidos de adiamento de embarques.
A Associação Nacional do Café dos EUA não comentou sobre os adiamentos. O Cecafé está em negociações para incluir os cafés brasileiros na lista de isenção das tarifas, ressaltando que o produto não é cultivado em grande escala nos EUA.
Até julho de 2024, os EUA foram o maior comprador, importando 3,71 milhões de sacas, representando 16,8% dos embarques totais, apesar de 17,9% de queda em relação ao mesmo período do ano anterior.
No acumulado do ano, as exportações de café do Brasil caíram 21,4%, totalizando 22,15 milhões de sacas, mas a receita cambial subiu 36% para US$ 8,55 bilhões, devido aos preços mais altos.