Exportação de suco de laranja aos EUA sobe e pega fatia de 40%
CitrusBR alerta para os impactos da nova tarifa sobre o suco de laranja, que representa 40% das exportações brasileiras do produto. Setor teme dificuldades irreversíveis no mercado norte-americano, considerado insubstituível.
Tarifa de 50% dos EUA impacta exportações brasileiras de suco de laranja
A nova tarifa dos Estados Unidos sobre exportações brasileiras deve afetar principalmente o suco de laranja. A CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos) destaca que o mercado norte-americano é “insubstituível”, representando 40% das exportações do produto brasileiro.
Entre 2002 e 2025, a exportação do suco de laranja do Brasil subiu 308,1%, enquanto para os EUA aumentou 1.239%. As vendas passaram de R$ 97,7 milhões para R$ 1,3 bilhão, com a fatia dos EUA crescendo de 12% para 39,5%.
A CitrusBR lamentou a sobretaxação, estimando um custo adicional de US$ 100 milhões (R$ 555 milhões) por ano. O estado de São Paulo responde por 98% das exportações brasileiras de suco de laranja.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, criticou a medida, chamando-a de “indecente” e prometendo ampliar mercados e reduzir barreiras comerciais.
O diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, enfatizou a importância de “calma e diplomacia” para renegociar a situação. Ele alertou que o mercado americano é irreplicável em outros lugares do mundo.
Mailson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, classificou a taxa como “maluquice completa”, pois tornaria os produtos mais caros e poderia reduzir o consumo nos EUA, onde o suco de laranja é essencial no café da manhã.
A exportação de suco de laranja do Brasil responde por 70% do consumo americano, e a justificativa é que outros países como o México e o Egito não compensariam a demanda perdida.
Netto disse que redirecionar a produção para outros mercados é complicado, e que o mercado internacional é hostil, em relação a tarifas com países como China, Índia e Coreia do Sul.