Exportações brasileiras de café para os EUA caíram antes de tarifaço de 50% e indústria americana segura novas compras
Apesar da queda nas exportações, os EUA permanecem como os principais compradores do café brasileiro, respondendo por 16,8% das vendas de janeiro a julho. A associação de exportadores busca negociações para isentar o café brasileiro do aumento de tarifas imposto pelo governo americano.
EUA são os maior compradores de café do Brasil.
As exportações brasileiras de café para os EUA caíram 18% de janeiro a julho de 2024, totalizando 3,7 milhões de sacas, comparado ao mesmo período de 2023. A queda já era esperada devido a exportações recordes em 2023, que reduziram os estoques.
Essa redução ainda não considera o tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump, que entrou em vigor em 6 de agosto. Em abril, os EUA já tinham aplicado uma sobretaxa de 10% e, em setembro, uma tarifa adicional de 40% sobre várias mercadorias, incluindo o café.
Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, afirma que as indústrias americanas estão em compasso de espera devido a estoques para 30 a 60 dias. Isso pode levar a pedidos de prorrogação, o que prejudica o setor. À medida que as prorrogações ocorrem, os exportadores enfrentam mais juros e custos adicionais.
Apesar da queda, os EUA continuam sendo os maiores clientes do Brasil, consumindo 16,8% de todo o café exportado. A Cecafé busca isenção do tarifaço junto ao governo brasileiro e setor privado dos EUA.
Recentemente, a China autorizou 183 empresas brasileiras a exportar café, mas Ferreira ressalta que muitos já atuavam nesse mercado. Ele acredita que a medida não deverá aumentar significativamente as exportações para a China, que importou 571.866 sacas de janeiro a julho de 2024.
Em conclusão, a desburocratização é positiva, mas não garante um aumento imediato nas exportações brasileiras para o mercado chinês.