Exportações da China disparam 12% antes de tarifas: “Céu não vai cair”, diz porta-voz
Crescimento nas exportações chinesas surpreende analistas, mas fraqueza nas importações indica desafios na demanda interna. Guerra comercial com os EUA continua a impactar a balança comercial, levantando preocupações sobre a recuperação econômica.
Exportações da China crescem 12,4% em março, maior aumento desde outubro de 2023.
O dado surpreendeu analistas, que previam alta de 4,4%, refletindo a antecipação de embarques para evitar tarifas adicionais dos EUA.
Enquanto isso, importações da China caíram 4,3%, evidenciando fraqueza na demanda interna. A balança comercial é impactada pela guerra comercial com os EUA, que se intensificou após o governo Trump impor tarifas de até 145% sobre produtos chineses.
Na sexta-feira (11), Washington isentou temporariamente itens como smartphones e semicondutores, mas Trump ressaltou que a medida é provisória.
Em resposta, a China elevou suas tarifas a 125% sobre bens americanos. O porta-voz da alfândega, Lu Daliang, destacou a força da demanda doméstica.
As exportações para os EUA subiram 9,1% em março, enquanto as importações caíram 9,5%. A China ampliou vendas para o Sudeste Asiático, com aumentos de 19% para o Vietnã e 18% para a Tailândia.
Analistas projetam desaceleração futura, com o Goldman Sachs reduzindo a previsão de crescimento do PIB da China de 4,5% para 4%. Segundo Julian Evans-Pritchard, pode levar anos para as exportações voltarem aos níveis atuais.
O governo chinês deve divulgar o PIB do primeiro trimestre nesta semana, e os estímulos econômicos serão tema da próxima reunião do Politburo em abril.