Exportadores temem entrave no comércio com EUA e pedem retomada de negociações
Setores brasileiros manifestam preocupação com a imposição de tarifas de 50% sobre produtos exportados para os EUA, destacando o impacto no comércio e na inflação. A Abiec e outras associações pedem diálogo para mitigar os possíveis efeitos negativos na economia.
Trump anuncia sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, gerando preocupações no setor produtivo. A decisão foi comunicada em carta ao presidente Lula.
Representantes de setores exportadores alertaram sobre os riscos ao comércio entre Brasil e Estados Unidos, enfatizando a necessidade de diálogo para reverter a medida.
- Em 2024, cinco categorias (petróleo, semiacabados de ferro e aço, ferro-gusa, café e aeronaves) representaram 40% dos US$ 40 bilhões embarcados para os EUA, segundo o Banco Central.
- O agronegócio é um dos setores mais afetados; a Abiec alertou que a tarifa de 50% elevá a inflação nos EUA e comprometerá o abastecimento global de carne bovina.
- Marco Polo de Mello Lopes, do Instituto Aço Brasil, expressou preocupação com as novas tarifas e seu impacto nas negociações já em curso.
A AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) afirmou que a tarifa inviabiliza o comércio de manufaturas e pediu ação diplomática para reverter a medida.
Os EUA foram o segundo maior destino das exportações brasileiras em 2022, representando 1,9% do total, enquanto a China ficou em primeiro lugar com 4,3%.
Após o anúncio, ações de empresas brasileiras, como Embraer e Petrobras, sofreram quedas significativas na bolsa de Nova York.
Volney Eyng, da gestora Multiplike, destacou que a nova camada de custos exige revisão de margens e redesenho logístico, aumentando a aversão ao risco no Brasil.