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Extrema direita prega valorização da família para reverter taxas de fertilidade baixas na Alemanha

A propaganda da AfD reflete preocupações sobre a queda das taxas de natalidade na Alemanha, associando a solução ao aumento da população ariana. Historiadores apontam semelhanças entre as estratégias atuais do partido e os ideais eugenistas do regime nazista.

Capa de revista nazista e propaganda contemporânea

Uma imagem de 1937 destaca uma mulher amamentando sob a publicação "Neues Volk", exaltando a raça ariana.
Em 2017, a AfD (Alternativa para a Alemanha) utiliza a imagem de uma mulher grávida para promover sua agenda anti-imigração, afirmando que a crise de fertilidade deve ser solucionada gerando "novos alemães".

Ideia de eugenia e movimentos conservadores

A proposta da AfD ecoa o eugenismo do nazismo, unindo a promoção da natalidade entre "alemães saudáveis" e a marginalização de outros grupos.
Embora a AfD ainda se distancie do cerne eugenista, a ideia de que a fertilidade deve ser garantida por um grupo específico persiste.

Políticas e visão familiar da AfD

  • A AfD defende o casamento e a família como "núcleo da sociedade".
  • A imigração é vista como fonte de conflitos e ameaças à coesão social.
  • A proposta é fortalecer os papéis tradicionais de gênero.

A versão de 2025 do programa reafirma essas posturas e se opõe ao direito ao aborto. A AfD obteve seu melhor resultado nas eleições de fevereiro, sendo um marco para a extrema direita desde a Segunda Guerra.

Crise demográfica na Alemanha

Desde 1972, a Alemanha tem mais mortes que nascimentos, com uma taxa média de 1,5 filho por mulher. Para estabilidade, seria necessário 2,1 filhos por mulher.

Pontos em discussão sobre natalidade

  • Iniciativas públicas, como incentivos financeiros e creches, não aumentaram a taxa de natalidade.
  • Taxas de fertilidade em países nórdicos continuam caindo, mesmo com políticas de igualdade de gênero.

O demógrafo Frank Swiaczny alerta que políticas conservadoras podem causar uma queda ainda maior na taxa de natalidade e ressaltam a importância da liberdade de escolha reprodutiva.

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